Os terríveis dois anos: dicas para lidar com as birras!

Vamos lá então falar sobre os terríveis dois anos e apresentar algumas dicas para lidar com as birras!

Ela: Vou comer sal!
Eu: não vais não!
Ela: Vou, vou!
Eu: Não vais não Carlota, o sal faz mal e não se pode comer assim!
Ela: Vou, vou…

A discussão teria continuado por ali fora se eu não a tivesse tirado da cozinha e a tivesse distraído, mas é este o calibre do caganito que vive cá em casa. É do género eu quero, posso e mando… só que as coisas não são bem assim!

Sei que os dois anos são assim, são o afirmar de uma personalidade, o vincar de uma posição. Os dois anos são a linha que separa o ser bebé e o ser criança, é a linha que separa a paz do desassossego. E se há crianças que nem se dá por elas, outras há que dão MUITO que fazer! Mas o importante é manter a calma e não, não mesmo, desesperar. É normal, faz parte (acho que me estou a repetir) e acaba por passar. O nosso papel? O de ajudar a que passe!

Então o que fazer para lidar com as birras dos terríveis dois anos?!

Primeiro, e das coisas mais importantes, é estabelecer barreiras para que a criança saiba sempre quais são os limites, para que saiba sempre qual o caminho a seguir! E temos que nos manter firmes, SEMPRE, por muito que isso custe vê-los chorar, por muito que isso nos sature. Sabem aquela frase “inspira, expira, não pira”? É isso mesmo! Sei bem o que isso custa, até porque alguns deles nos desafiam diariamente.

Claro que há alturas que vamos ceder, estamos cansadas, frustradas… Claro que há alturas em que vamos perder o controlo. Claro que NUNCA vamos ser perfeitas. Não existe perfeição, lembre-se disso! Mas está tudo bem, porque é aqui que vamos refletir e perceber que caminho queremos seguir. Receitas milagrosas não há, mas há algumas estratégias que podemos usar! Por isso, pedi ajuda a uma amiga psicóloga e que partilhou comigo algumas estratégias que podem utilizar quando se depararem com este problema:

Os terríveis dois anos: dicas para lidar com as birras:

  • Mantenha a calma: respire fundo, não eleve a voz, não ceda aos nervos, seja claro e dê o bom exemplo, porque tendencialmente eles imitam os comportamentos dos adultos.
  • Ignore: mesmo parecendo desumano, não responda à criança, não olhe para a criança, não acuse o seu comportamento de forma alguma. Nas primeiras birras esta atitude pode não resultar em pleno, aumentando até a sua intensidade (para chamar a sua atenção, claro!), mas se o fizer regularmente as birras vão acabar, porque a criança vai perceber que não estão a surtir efeito.
  • Não bata: a birra em si já é tão “violenta” e descontrolada que bater na criança vai apenas incendiar um fogo que já está a arder e muito. Para além disso, as birras podem ter subjacentes outros cenários: cansaço, fome, stress, o que significa que o mais importante nesse momento é reconquistar a estabilidade.
  • Deixe-a sozinha – se a birra ocorrer em casa ou noutro espaço familiar, experimente distanciar-se da criança, deixando-a sozinha durante alguns minutos ou segundos. Claro que uma criança zangada e sozinha pode fazer estragos, por isso, controle esse tempo conforme a sua idade – os especialistas apontam para um minuto para cada ano da criança. Aguarde que fique tranquila pelo menos 30 segundos seguidos.
  • Não faça ameaças que não pode cumprir – se optar por esta estratégia ameaçadora, mas sem consequências reais, a criança não terá problema algum em repetir a birra.
  • Converse com a criança sobre aquilo que se passou – o que estava certo e o que estava errado, porque é que não pode voltar a acontecer, as consequências de uma futura birra e as consequências do bom comportamento. Esta reflexão aumentará, gradualmente, o autocontrolo da criança, de forma positiva para as frustrações com que se depara.

Lembrem-se sempre, os nossos filhos são o nosso bem mais precioso!

*Artigo elaborado em parceria com a psicóloga Carla Capela!

*Beijinhos*

Sofia

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